quarta-feira, 31 de julho de 2013

Bailarinos de Londrina brilham em Joinville

Dois irmãos, bolsistas da Escola Municipal de Dança, são selecionados para integrarem o Bolshoi no Brasil. Aluna também foi convidada a participar da Cia de Dança Sesiminas, de Belo Horizonte

         A Escola Municipal de Dança reafirma-se como celeiro de talentos na arte do movimento. Os londrinenses que embarcaram este ano para o Festival de Dança de Joinville (SC) trouxeram na mala importantes conquistas. Os gêmeos Higor Vargas e Hugo Vargas, alunos do 7º ano da Funcart e integrantes do Ballezinho de Londrina, participaram da acirrada audição da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil e foram selecionados como bolsistas desta que é a mais tradicional instituição de ensino de dança no mundo.

Bailarinos da Escola Municipal de Dança (foto de Renato Forin Jr.)
         Os irmãos concorreram com 442 jovens do Brasil e do exterior. Destes, apenas treze ganharam vaga. A seletiva aconteceu no dia 24 de julho, dentro da programação do Festival de Dança de Joinville. Higor conta que os dois foram até Santa Catarina para uma oficina de técnica clássica masculina e, chegando lá, resolveram se inscrever na audição. Eles passaram por uma série de testes físicos, de flexibilidade, de postura, além dos chamados exercícios técnicos na barra. “Eu nem me toquei ainda que passei no Bolshoi. É uma seleção bem difícil; muitos tentam e poucos passam. A gente viu muita gente sair chorando”, lembra Hugo.

         Higor e Hugo têm até o final do ano para se acostumarem com a ideia da nova vida em Joinville, já que as aulas começam em fevereiro de 2014. Com duração de oito anos, o curso no Bolshoi oferece ampla formação humanística ao bailarino – além das aulas de balé, a grade inclui disciplinas como história da arte, teatro e música. Todos os ingressantes são bolsistas integrais, recebem da instituição acompanhamento médico, uniformes e alimentação durante o período das atividades. Exige-se dos alunos dedicação e rígida disciplina. Parte dos professores que lecionam na sede brasileira vieram do Bolshoi de Moscou.

         Os jovens londrinenses devem ingressar no 6º ano de formação. Hoje com 17 anos, os irmãos dançam desde os 12 na Escola Municipal. Por aqui, já dedicam a maior parte do tempo à arte. Higor explica que eles acordam às 6 horas, frequentam a escola regular no período da manhã, pegam ônibus do bairro Interlagos até a Funcart pouco depois do almoço e fazem aulas e ensaios das 14 às 20 horas todos os dias. “É bastante tempo de dedicação, mas eu adoro dançar, nunca pensamos em ser outra coisa”, diz Hugo.

         O talento parece ser de família. O que levou os gêmeos a procurarem a dança foi o exemplo do irmão mais velho – o bailarino Anderson Braz, que já integrou o Ballezinho e o Ballet de Londrina e há quase uma década destaca-se no exterior. Atualmente, Anderson é bailarino da Maria Kong Dancers Company, de Israel. “Nosso irmão é um espelho e, por ele, minha mãe sempre nos influenciou bastante. Queremos viver da dança como ele”, planeja Hugo.
Bailarinos da Escola Municipal de Dança (foto de Renato Forin Jr.)
         Para arcar com as despesas dos irmãos ao longo do curso em Joinville, principalmente hospedagem, alimentação fora dos horários de aula e transporte, a Funcart iniciou uma campanha em busca de patrocinadores e doadores voluntários. Interessados podem entrar em contato com a instituição pelo telefone (43) 3342-2362.

No ano passado, outro bailarino da Funcart, Pedro Frizon, entrou para a Escola do Bolshoi no Brasil.

         Eleita para companhia mineira – A participação no Festival de Joinville 2013 também mudou a vida de Priscila Santana, aluna do 7º ano da Escola Municipal de Dança de Londrina. A bailarina matriculou-se no curso de balé clássico intermediário da professora Cristina Helena no evento catarinense. Ao perceber o ótimo desempenho de Priscila entre os 40 alunos da oficina, a ministrante convidou-a para fazer parte do elenco da Cia de Dança Sesiminas (de Belo Horizonte), da qual é coreógrafa.

“Eu não esperava pelo convite da Cristina Helena. Vai ser muito importante para a minha carreira, vai abrir um leque de possibilidades, vou poder fazer aulas com profissionais muito bons”, salienta a bailarina. Com 23 anos de existência, o grupo mineiro tem um trabalho de referência no resgate do balé de repertório. Seu lema: levar espetáculos para públicos de variadas classes sociais e a espaços de difícil acesso.

Foi num projeto sociocultural que Priscila descobriu a dança. Aos 18 anos, moradora da Zona Norte, ela viu no projeto Faces de Londrina a possibilidade de dedicar-se a uma paixão. Desde então, estudou por sete anos como bolsista da Funcart e hoje mostra que nunca é tarde para realizar um sonho. “Eu penso que todo o esforço vale a pena quando subo no palco. Eu acredito muito em Deus e acho que foi ele que preparou isso para mim – comecei aos 18 anos e olha só onde cheguei aos 25”, comemora.

Priscila participa da temporada da Escola Municipal de Dança em setembro e, logo na sequência, embarca para Minas Gerais. Hugo e Higor participam, além das apresentações desta temporada, do espetáculo “Dom Quixote” – montagem de final de ano que a Funcart apresenta no Ginásio Moringão em novembro.

Renato Forin Jr. / Assessoria de Imprensa Funcart

Pas de Trois do Lago:
Hugo Vargas, Nayra Nishikawa, Regina Altran

Solo A Bela adormecida
Priscila Santana

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