terça-feira, 30 de outubro de 2012

Matrículas para turmas 2013 da Escola Municipal de Teatro


A Escola Municipal de Teatro (EMT) abre dia 1º de novembro, as inscrições para as turmas do Curso de Teatro 2013. Para inscrição os interessados devem apresentar cópias da RG ou Certidão de Nascimento, 2 fotos 3x4, um comprovante de residência e pagar a taxa de matrícula de R$ 30,00.

Turmas nos horários da tarde (das 14 horas às 17h30) e à noite (das 19 horas às 22h30).  Idade mínima de 11 anos. Não é preciso experiência.

As aulas começam 4 de fevereiro com o primeiro módulo “Intensivo Iniciação”. 

Aulas de segunda a sexta-feira. 

O valor da primeira mensalidade é de R$ 100,00.

A partir de março, os alunos têm aulas duas vezes por semana (segunda e quarta-feira) e a mensalidade é de R$ 60,00. O curso completo tem duração de 2 anos.

Os pedidos de bolsas de estudos devem ser feitos durante o mês de novembro. São 10 bolsas integrais e 10 bolsas de 50%. O aluno deve efetuar a matrícula, inclusive o pagamento da taxa de R$ 30,00, e anexar uma carta de solicitação de bolsa justificando o pedido.

Informações 3342-2362. 
Inscrições na Escola Municipal de Teatro (Rua Souza Naves, 2380).


Os Toscos

"Quando esquecemos quem somos"

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Escola de Dança - 3ª Temporada

Os clássicos do balé, o mundo dos príncipes e princesas em que o lirismo e a beleza se encontram nos bailarinos, serão revisitados no espetáculo “Entre o Clássico e o Contemporâneo".

O público terá a oportunidade de apreciar a coreografia "Modupe", montagem contemporânea assinada pelo professor e coreógrafo Alexandre Micale, que teve sua estreia no Festival de Dança de Londrina 2012.


Foto Valéria Félix
 O Brasil debruça-se sobre suas heranças e encontra no legado negro a potência de uma cultura singular, marcada, ao mesmo tempo, pela alegria das festas, pela esperança da religiosidade e pelo drama das diferenças sociais. Os 17 bailarinos da Escola Municipal de Dança perpassam esses sentimentos e contam, com uma movimentação contemporânea repleta de referências nordestinas, uma história introspectiva do país. O grupo, sob a direção de Alexandro Micale, propõe a narrativa coreográfica a partir de uma paisagem sonora que evoca canções populares, vozes célebres (de Maria Bethânia a Maria Rita) e instrumentos típicos (como berimbau, atabaques e pífanos). “Modupe”, que em yorubá significa “muito obrigado”, estreia no Festival 2012 oferecendo ao público uma reflexão sobre nossas raízes com preciosismo técnico e potência cênica. 


Foto Valéria Félix

Foto Valéria Félix

Foto Valéria Félix

Serviço:
Espetáculo: “Entre o Clássico e o Contemporâneo – Terceira Temporada 2012”, dos alunos da Escola Municipal de Dança
Quando: 19, 20 e 21 de outubro
Horário: 20h30
Onde: Circo Funcart, Rua Senador Souza Naves, 2380
Ingressos: R$ 10,00 e R$ 5,00 (meia)
Informações: 3342-2362

Pilates exige certificação de profissionais


Primeiro os atletas e celebridades. Hoje, cada vez mais pessoas se rendem ao pilates na busca pelo equilíbrio do corpo ou para tratamentos complementares. A ciência já comprovou os benefícios da técnica de exercícios criada pelo alemão Joseph Hubertus Pilates (1883-1967), na década de 20. Porém, na hora de começar a praticar o condicionamento físico é importante optar por profissionais certificados.

A popularização do pilates, a partir dos anos 90, atraindo milhares de adeptos em todo o mundo – estima-se que somente nos Estados Unidos cerca de 10 milhões de pessoas pratiquem – exige que a técnica siga uma padronização.

A fisioterapeuta, Ana Paula Carvalho, professora do Curso Livre de Pilates da Fundação Cultura Artística de Londrina (Funcart), é uma das primeiras profissionais londrinenses certificadas pela Pilates Method Alliance (PMA), com sede em Miami (EUA). Até o mês de agosto, no Brasil, apenas 12 profissionais contavam com a certificação, que foi a primeira realizada no Brasil.

“A prova foi realizada em São Paulo. Foi um verdadeiro vestibular, contendo 150 questões em inglês ou espanhol em que tínhamos que responder, entre outras perguntas, sobre os princípios do pilates, os nomes dos exercícios e as aplicações corretas para determinadas patologias”, destaca Ana Paula.

A fisioterapeuta acrescenta que a certificação garante aos que buscam o pilates como método de condicionamento físico ou para tratamentos complementares mais qualidade e a garantia de que os exercícios seguem a metodologia criada por Joseph Hubertus.

“O pilates não tem contraindicação. Pode ser praticado por crianças e gestantes e não provoca lesões ou desgastes, mas é preciso que os interessados em praticar busquem profissionais habilitados”, orienta a fisioterapeuta.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Escola Municipal de Dança estreia “Modupe”


A força que nunca seca

Escola Municipal de Dança estreia “Modupe”, espetáculo que investiga as raízes africanas da cultura brasileira

Foto Renato Forin
Na tradição africana, “modupe” é uma expressão de gratidão e seu frequente uso demonstra uma reverência humilde por parte desse povo. Associada a Deus, além de um agradecimento, “modupe” também passa a ser uma felicitação. Quem diz “Olorum modupe” dirige um “muito obrigado” à divindade e deseja felicidade ao próximo.

O duplo sentido do termo yorubá viajou um oceano inteiro nos porões dos navios, resistiu ao tempo e à distância, e veio habitar os sentimentos de 17 jovens bailarinos e um coreógrafo da Escola Municipal de Dança de Londrina. Eles estreiam a montagem “Modupe” dentro da programação do Festival 2012 nesta quarta (10), às 20h30, no Circo Funcart.

Foto Renato Forin
O espetáculo é um retrato em movimento do DNA brasileiro e das manifestações populares. Esta é a primeira vez que o grupo apresenta seu trabalho de estreia, originado há dois anos de uma pesquisa sobre as heranças africanas por parte dos alunos e do diretor Alexandro Micale. “Os bailarinos adoram vasculhar esse universo. Você tem que gostar do Brasil para conseguir fascinar o outro. Ninguém no mundo se mexe como o brasileiro e quisemos mostrar isso nas coreografias”, aponta Micale.

O sangue negro que regou nossas veias ainda corre, afinal, como rios que fertilizam porções áridas de um Brasil profundo. O diretor Alexandro Micale decanta a África que mora no país e desenha uma coreografia que transforma movimentos cotidianos em dança contemporânea. Lá estão, de modo estilizado, os quadris sinuosos das mulatas que sobem-descem o morro, a célere acrobacia dos meninos que dançam capoeira, o transe físico dos filhos-de-santo e dos devotos, a malemolência dos foliões que se entregam nas festas populares.

Na comunhão Brasil-África, o Nordeste vem à tona e traz consigo dualidades típicas da nação: a riqueza e a miséria, a força e a suavidade, a preguiça e a disposição. “Apesar de toda alegria, a vida no Nordeste não é tão fácil assim”, diz o diretor, que traduz essas referências com movimentos predominantemente em quartetos e em grupos maiores, criando impactantes desenhos cênicos.

A execução das performances exigiu dos bailarinos entendimento dos contextos. “Conversei muito com eles porque preciso de um peso cênico muito grande. Se não tivermos na cabeça o que queremos, não vai chegar nas pessoas do público. Nós conversamos muito sobre a intenção dos movimentos, a qualidade de cada gesto”, destaca Micale.

O resultado é nítido. O espetáculo tem um enredo coreográfico que encontra eco na dramaturgia composta por canções brasileiras intercaladas por timbres instrumentais (como atabaques, berimbaus e pífanos). Daí, aparecem abstratamente personagens como quebradeiras de coco, moleques famintos, curumins, tainás.

Em determinado momento, a voz de Maria Bethânia entoa “olha, eu não sou daqui / Marinheiro só” (Caetano Veloso, com versos de domínio público), para a qual Maria Rita responde “eu não sou daqui também, marinheiro / Mas eu venho de longe” (Marcelo Camelo). É o mote para que se lancem no palco movimentos que remetem aos amores e às saudades das mulheres que ficam no porto, das esposas que aguardam seus pescadores na praia. Em outros instantes, explodem as festas e a religiosidade brasileira, entre santos católicos e nagôs.

A energia com que o grupo rasga o palco vai além - extravasa a boca de cena, roça a pele do público, leva à compreensão de um país que não está nos livros, nos gabinetes, nas instituições. País que aparece - como cantam os versos de Roque Ferreira (integrante da trilha sonora) - “lá no interior”, onde “tem uma coisa que não tem nome”, mas que se mostra clarividente à luz do refletor.

 Trajetória – Os integrantes do grupo da Escola Municipal de Dança de Londrina são, em sua maioria, da Zona Norte da cidade, onde fica uma das sedes da instituição. Segundo Alexandro Micale, as ideias para a montagem foram surgindo progressivamente.

Após cinco anos de estudos com o balé clássico, os alunos começavam a dar novos passos. “Eles sentiam que precisavam se mexer de outras formas e começamos a brincar, a propor movimentos depois da aula de clássico”, conta o diretor.

As práticas cresceram e tomaram forma de espetáculo. Durante o processo, Micale destaca o empenho não só dos integrantes do grupo, mas também das mães, que se engajaram na campanha com o objetivo de levantar fundos para a produção. Na Mostra Local do Festival de Dança 2011, o grupo chegou a apresentar um fragmento do que viria a se tornar “Modupe”, que estreia agora com duração de 45 minutos.


Renato Forin Jr. / Assessoria de Imprensa Festival


Serviço:

Modupe
Escola Municipal de Dança – Londrina (PR)

10/out. (quarta)
20h30
Circo Funcart
45 minutos
Classificação indicativa: livre
R$ 10,00 e R$ 5,00

Projeto Danças nas Escolas encerra 2012

O Projeto Dança nas Escolas finaliza as atividades 2012 na Escola Municipal Ignez Andreazza Corso - Conj. Vivi Xavier. 

Lá foram selecionadas 20 crianças que receberão a bolsa de estudos de dança clássica para o início de 2013, na Escola Municipal de Dança.

Dia de Espetáculo

Dia de Espetáculo

Dia de Espetáculo

Dia de Espetáculo

Dia de Espetáculo

Dia de atividade

Dia de atividade

Cine Com-Tour/UEL - Na estrada



CASA DE CULTURA UEL, DIVISÃO DE CINEMA E VIDEO E CINE COM-TOUR/UEL APRESENTAM 

DE 12 a18/10, ÀS 20H30 (SÁBADOS, DOMINGOS E FERIADOS ÀS 16H e 20H30M


NA ESTRADA/ON THE ROAD

SINOPSE:
Nova York, final dos anos 40.        
Sal Paradise (Sam Riley) é um aspirante a escritor que acaba de perder o pai. Ao conhecer o libertário Dean Moriarty (Garrett Hedlund), um jovem andarilho alucinante, Sal é apresentado a um mundo até então desconhecido, onde há muita liberdade sexual e largo consumo de drogas. A personalidade magnética do recém-chegado conquista Sal e juntos partem para conhecer os Estados Unidos numa jornada de autoconhecimento, longe de uma vida monótona e cheia de regras. Esta parceria eles dividem com Marylou  (Kristen Stewart), que é apaixonada por Dean.


FICHA TÉCNICA:
Diretor: Walter Salles
Elenco: Kristen Stewart, Amy Adams, Viggo Mortensen, Kirsten Dunst, Garrett Hedlund, Alice Braga, Sam Riley.
Produção: Charles Gillibert, Nathanaël Karmitz, Jerry Leider, Rebecca Yeldham, Walter Salles
Roteiro: Jose Rivera
Fotografia: Eric Gautier
Trilha Sonora: Gustavo Santaolalla
Duração: 137 min.
Ano: 2011
País: EUA
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Estúdio: American Zoetrope / Film4 / MK2 Productions / Video Filmes 
Classificação: 16 anos

 TRAILER: 
http://www.youtube.com/watch?v=uUzklNReJbs


CURIOSIDADES:
- Baseado no best seller "On the Road",  um dos símbolos da contracultura  Pé na Estrada”, escrito por Jack Kerouac nos anos 50.
- O livro foi eleito pela revista “Time” como um dos 100 melhores escritos em inglês entre 1923 e 2005.
- A produção executiva é de Francis Ford Coppola, que comprou os direitos em 1979 e não conseguiu tocar o projeto adiante por décadas.
- Ao longo das décadas, vários roteiros foram escritos em tentativas de adaptar o livro "Pé na Estrada" para o cinema. Segundo o diretor Walter Salles, 15 roteiros haviam sido escritos antes da versão usada no filme.
- Durante o processo de confecção do roteiro, Walter Salles e o roteirista Jose Rivera tiveram acesso a uma cópia do manuscrito de "Pé na Estrada", que estava com o irmão da última mulher do autor Jack Kerouac. O início do manuscrito era bastante diferente do livro e influenciou o roteiro do filme.
- No início dos anos 90, numa das várias tentativas de levar o livro "Pé na Estrada" ao cinema, o ainda pouco conhecido Johnny Depp recusou uma proposta para interpretar o personagem Sal Paradise.
- A atriz Kristen Stewart entrou para o elenco do filme bem antes de ficar conhecida graças à série Crepúsculo. Ela foi indicada ao diretor Walter Salles pelos colegas Alejandro González Inárritu e Gustavo Santaolalla, que haviam visto seu desempenho em Na Natureza Selvagem (2007). Na época Salles teve que anotar seu nome, já que nunca tinha ouvido falar dela.

- Em conversa com o diretor, Kristen Stewart declarou ser fã do livro e que faria qualquer coisa para interpretar Marylou. Na época ela tinha entre 16 e 17 anos, a mesma idade da personagem. Entretanto, atrasos na produção fizeram com que as filmagens apenas começassem anos depois, quando a atriz já era bastante conhecida.
- A atriz Lindsay Lohan esteve cotada para interpretar a personagem Marylou.
- O ator Viggo Mortensen foi escalado para um papel no filme muito por ser um profundo conhecedor da cultura beat, que teve como um de seus ícones Jack Kerouac, autor de "Pé na Estrada".
- Para melhor compreender o universo de "Pé na Estrada", Walter Salles resolveu rodar antes um documentário sobre o percurso citado no livro. Desta forma ele e uma pequena equipe percorreram o mesmo caminho, entrevistando pessoas e captando informações sobre a ambientação a ser utilizada em Na Estrada.
- Antes do início das filmagens, Walter Salles reuniu o elenco por três semanas em um acampamento sobre a cultura beat. Segundo a atriz Kristen Stewart, neste período todos ouviram entrevistas de Jack Kerouac e discutiram literatura.
- As filmagens começaram em agosto de 2010, em Montreal, no Canadá. De lá o elenco viajou para Quebec, Calgary, México, Arizona, Louisiana, Califórnia, Argentina e Chile.
- Ao chegar para as filmagens em Nova Orleans, Viggo Mortensen levou consigo as roupas de seu personagem, as armas que poderia usar na época retratada e uma máquina de escrever. Além disto, havia feito uma pesquisa aprofundada sobre o que o autor William F. Burroughs estava lendo na época.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Ballet de Londrina estreia "Petrouchka"


Quando a vida imita a arte
Em Petrouchka, que estreia na abertura do Festival de Dança 2012, um triângulo amoroso entre bonecos expõe de forma lúdica os dramas de fantoches humanos

Crédito/Foto: Isabela Figueiredo
Em uma cidadezinha qualquer, em qualquer tempo, chega um homem misterioso acompanhado de seus três bonecos para apresentar um teatro mambembe. Acontece que a relação entre os fantoches foge dos limites do palco: o desengonçado Petrouchka amava a bela Bailarina, que preferia o Mouro, que não amava ninguém.

O enredo dessa quadrilha, elaborado por Igor Stravinsky e Alexander Benois em 1911, é o mesmo que o coreógrafo Leonardo Ramos utiliza na obra homônima “Petruchka”. A criação do Ballet de Londrina estreia na abertura do Festival de Dança 2012 nesta sexta (5), com reapresentação no sábado (6) e no domingo (7), sempre às 20h30, no Circo Funcart.

Nas três noites, “Petruchka” será encenado na sequencia da montagem anterior da companhia, “A Sagração da Primavera”, também pautada em composição de Stravinsky. Entre eles, haverá intervalo de 15 minutos.

Afora o traço de união musical, assinalado pela inconfundível partitura de Stravinsky convertida ao piano, as duas montagens do Ballet transitam por universos bem diferentes. Enquanto “A Sagração...” descreve a pungente dor de uma virgem sacrificada para a continuidade do ciclo da natureza, “Petrouchka” passeia por paisagens mais amenas, irreverentes. “Eu procurei que ele não tivesse o clima da ‘Sagração’, que fosse uma coisa alegre, uma farsa, uma brincadeira, apesar do drama das relações”, explica Leonardo Ramos.

Em ambos, entretanto, o diretor desenha com clareza metáforas que atualizam a eternidade das obras elaboradas no início do século XX e imprime a linguagem própria da companhia, reconhecida pelas quedas, por movimentos que tendem à horizontalidade e pela pesquisa de novos eixos de equilíbrio.

A versão do Ballet de Londrina para “Petrouchka” começa quando os três bonecos, ainda preparando-se para entrar em cena, são animados por um mágico misterioso, um “Charlatão” – como prefere o diretor. Desde então, a coreografia do trio propõe quadros, ora sincronizados, ora díspares, que evidenciam o drama amoroso e apresentam a caracterização psicológica dos personagens.

Crédito/Foto: Isabela Figueiredo
A execução coreográfica exige desempenho teatral sobretudo dos bailarinos Bruno Calisto (que vive Petrouchka), Alessandra Menegazzo (a Bailarina), Vitor Rodrigues (o Mouro) e Marciano Boletti (o Charlatão). Segundo Ramos, “o objetivo é capturar a essência dessas três figuras. A bailarina transita entre os dois o tempo todo e, ao final, ela não faz sua escolha, ela é aprisionada”.

Todo o elenco do Ballet de Londrina logo é chamado à cena, incorporando os papeis de pessoas comuns dessa cidade parada no tempo. São os transeuntes da feira, que se preparam para assistir ao teatro. Abre-se a cortina da imaginação - trajados de cores vibrantes, o trio de ventrílocos encenam o amor não correspondido e o uso equivocado das correspondências.

O espetáculo é, afinal, o próprio enredo da vida desses personagens. E os espectadores não são tão (ou mais) fantoches nas mãos do destino quanto os tais bonecos? O jogo metateatral de “Petrouchka”, demarcado pelo drama dentro do drama ou pela dança dentro da dança, evoca reflexões estéticas perenes na história da arte. 

Leonardo Ramos consegue extrair essa essência de um enredo aparentemente banal. A linguagem coreográfica traz uma elegância abstrata para a trama, alarga os caminhos de interpretação. A movimentação característica do Ballet de Londrina, horizontal e colada ao tablado, cabe muito bem aos personagens-bonecos que, por sua natureza de objetos, espalham-se pelo chão em movimentos inventivos, por vezes demonstrando a desconexão de partes do próprio corpo.

Crédito/Foto: Isabela Figueiredo
O coreógrafo mostra capacidade de se reinventar dentro dos parâmetros da linguagem. Em “Petrouchka”, aparecem novas possibilidades nos giros rasteiros, na relação de oposições entre os protagonistas e no jogo entre alto e baixo. “Eu me mantenho muito alerta porque o fato de consolidar uma forma de fazer não pode deixá-la repetitiva, você tem de impor desafios, tentar, em cada novo projeto, desconstruir aquilo em que você e os bailarinos já são especialistas”, diz.

De acordo com Ramos, enquanto “A Sagração da Primavera” (2011) materializa o ápice da pesquisa iniciada em “Decalque” (2007), “Petrouchka” começa a esboçar as inquietações de um novo caminho. “Eu considero Petruchka a retomada da confusão para novas descobertas. Mudamos inclusive o modo de trabalhar a parte técnica das aulas, isso deve refletir mais adiante”.

Na montagem que estreia nesta sexta, cenários, figurinos e objetos cênicos estabelecem interessante diálogo cromático. Os bailarinos inserem-se em um ambiente geométrico, feito de retalhos. A cidade é o tabuleiro de um jogo de xadrez e ergue-se com a mesma monocromia cinzenta – contraponto para as cores extravagantes dos artistas mambembes.

Texto: Renato Forin Jr.

Serviço:

Petrouchka
A Sagração da Primavera
Ballet de Londrina – Londrina (PR)

5, 6 e 7/out. (sexta, sábado e domingo)
20h30
Circo Funcart (Av. Sen. Souza Naves, 2380)
80 minutos
Classificação indicativa: acima de 10 anos
R$ 10,00 e R$ 5,00

Cineclube Tela da Vila/Ahoramágica


Esta semana o cineclube Tela da Vila/Ahoramágica, que realiza sessões gratuitas todos os domingos, a partir das 17h, na Vila Cultural AlmA Brasil, exibe dois documentários nacionais que abordam a vida e a arte de personagens da cultura popular brasileira.

O curta metragem “Chama Verequete” (2001), dirigido por Luiz Arnaldo Campos e Rogério Parreira, é uma produção poética sobre o mestre do carimbó paraense, cujo aniversário fez, do dia 28 de agosto, o Dia do Carimbó. No filme, as histórias e canções de Mestre Verequete se misturam com a história da própria manifestação de matriz afro-caboclo-indígena, e sua luta contra o preconceito e a discriminação.

Na sequencia, será exibido o longa “Saudade do Futuro” (2000), uma co-produção entre Brasil e França, dirigida por Marie-Cleménce e César Paes. O filme mostra a pulsante cultura nordestina das ruas de São Paulo, nas palavras e canções dos migrantes que fizeram dali a capital do sonho por uma vida melhor.

Ainda este mês, o Tela da Vila/Ahoramágica, que integra a rede Cine Mais Cultura (Secretaria do Audiovisual/Ministério da Cultura), dá continuidade à sua proposta de exibir filmes que abordem tanto a cultura popular quanto diferentes referências que influenciaram a estética cinematográfica.

Os temas dialogam com o curso de criação cinematográfica do projeto Roda Memória, que este ano se volta à produção de um documentário sobre os mestres da cultura popular em Londrina, com patrocínio do Prêmio Pontos de Memória (Instituto Brasileiro de Museus/MinC) e do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic). O cineclube Tela da Vila e o projeto Roda Memória são iniciativas do Núcleo de Comunicação Popular e Comunitária da AlmA (Associação Intercultural de Projetos Sociais).

Ainda em OUTUBRO, no Tela da Vila/Ahoramágica:

14/10 - Sacrifício (Andrei Tarkovsky, SUE/FRAN/R.U, 1986, 149 min).
21/10 - Angano...Angano...Contos de Madagascar (César Paes, MAD/FRANÇA, 1989, 63 min).
28/10 - O Homem Errado (Alfred Hitchcock, USA, 1956, 101 min).

SERVIÇO:
Cineclube Tela da Vila/Ahoramágica
Exibição dos documentários “Chama Verequete” e “Saudade do Futuro”
Quando: Domingo, 7 de outubro de 2012, a partir das 17h
Onde: Vila Cultural AlmA Brasil (R. Mar del Plata, 93 – próx. ao Postinho da Vila Brasil)
Informações: (43) 3326-2672
                    http://www.vilaalmabrasil.blogspot.com
                    http://www.ahoramagica.blogspot.com


terça-feira, 2 de outubro de 2012

Ballezinho de Londrina inicia temporada no Teatro Zaqueu de Melo com entrada grátis


Eles extrapolaram o mundo dos quadrinhos, povoando não só o imaginário dos fãs que consomem vorazmente suas revistas, como ganharam versões no cinema. Um superpoder de divertir que não tem limites, invadindo também o palco do espetáculo “HQ”, do Ballezinho de Londrina, de quarta (3) a sexta-feira (5), sempre às 20h30, no Teatro Zaqueu de Melo. A entrada é grátis.


Heróis e vilões. No universo dos quadrinhos, os personagens são capazes do impossível em suas aventuras, mas transportados para a coreografia do diretor do espetáculo, Wagner Rosa, conquistam uma nova dimensão, a do corpo dos jovens bailarinos do elenco, que para chegar ao que se vê no palco, levou um ano de preparação e ensaios.

“HQ” é uma montagem que antecede os 15 anos do grupo, em 2013. O Ballezinho é formado por estudantes e egressos da Escola Municipal de Dança e tem o objetivo de complementar a formação e experiência dos integrantes. Um passo entre o estudo de dança e o trabalho de produção profissional do Ballet de Londrina.
Rosa comenta que “HQ” é um jogo que transpõe a linguagem das histórias em quadrinhos para a cena e explica os desafios da realização do novo trabalho:
“É uma tentativa de explorar a linguagem estática dos quadrinhos e extrapolar suas fronteiras estéticas. A união de linguagens tão distintas possibilita a produção de algo específico, que ganha uma nova vida e características próprias. É uma transposição não só da linguagem da dança, mas incorpora o teatro, a mímica e recursos multimeios para se aventurar neste universo. Nessa transposição não estamos refazendo nada, mas prestamos uma divertida homenagem aos gêneros contidos na linguagem das HQs”, completa o diretor.

As pinturas rupestres foram os esboços das primeiras histórias em quadrinhos, mas o hábito de ler as sequências de desenhos surgiu como uma estratégia dos jornais para atraírem mais leitores. A partir daí surgiram personagens, como Yellow Kid (a primeira história em quadrinhos publicada) e uma vasta gama de super-heróis, autores e desenhistas famosos, a exemplo de Will Eisner e o brasileiro Maurício de Souza, e grandes editoras, tais como Marvel e DC Comics.

Para que a trajetória das HQs fosse referendada no espetáculo, Rosa faz uma viagem desde o mundo mágico dos quadrinhos de gênero infantil, como Walt Disney ao de emblemáticas figuras, como a do Spirit, o famoso detetive mascarado, além dos mangás.
“O mercado japonês, como o de mangás, consome HQs inspirados em personagens de uma mitologia própria, calcada em temáticas adolescentes e também em embates marciais, o que nos interessou na pesquisa para a montagem de partes do espetáculo”, afirma Rosa.
O diretor ressalta que o Ballezinho sempre procura aliar o aprendizado do ballet clássico à outras formas de expressão e que foi preciso que o elenco estudasse a movimentação sugerida pelas personagens dos quadrinhos para a criação do espetáculo.
“É uma forma de desconstrução e reconstrução do movimento, aliando longelinearidade e desarticulação. Enquanto o balé tem uma estética de movimento mais limpa, a gente lida com o desgrenhamento da forma. Estar em cena é sempre um desafio e amplia a possibilidade do aprendizado pela exposição contínua ao olhar de um público espectador”, destaca Rosa.

Na temporada 2012, o Ballezinho de Londrina conta com o patrocínio do PROMIC – Programa municipal de Incentivo à Cultura de Londrina para montagem e circulação de espetáculo.

Ficha técnica:
Direção: Wagner Rosa
Coreografia: Wagner Rosa e elenco
Cenografia: Dan Bueno e Wagner Rosa
Figurino e adereços: Patrícia Ramos, Raphael Magalhães e Wagner Rosa
Elenco: Alessandra Cursino Salles
Ariela Pauli
Eduarda Chiyoko Nishikawa
Fabrício Alves de Oliveira
Gabriela do Prado Claro
Higor Vargas Zati
Hugo Vargas Zati
Isabela Bandini Pergoraro
Júlia Liberatti
Kharime Messehiech Dakkache
Lohaine Gonçalves Moreira
Luiza Cazarin
Lygia Santos Barros
Maria Carolina Pauli
Márian Ferreira Batista
Melody Hannah
Paola Mantoani Rigo
Patrícia Cristina Ramos
Rhapael Magalhães
Thaísa Moraes Alexandre

Serviço: Espetáculo “HQ”
Quando: de quarta (3) a sexta-feira (5).
Horário: 20h30
Onde: Teatro Zaqueu de Melo. 
Ingressos: entrada grátis