quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Escola Municipal de Teatro encena O Auto da Compadecida


Clássico do teatro brasileiro marca estreia de novos atores formados pela EMT

Entre o bem e o mal, os homens, lançados ao próprio destino no sertão de Aruano Suassuna. Condenados a prestação de contas num tribunal presidido por Deus e o diabo, contam com a misericórdia divina em O Auto da Compadecida. O clássico do teatro brasileiro é o espetáculo de formatura dos alunos da Escola Municipal de Teatro (EMT). A estreia será sábado (22), às 17 horas, no pátio da Funcart, com reapresentação no domingo (23).


Escrita em 1955, a peça do autor paraibano, diverte o público com temas universais, como a avareza, mentira e, a exemplo de outros autos, não escapa de um final moralizante, através das aventuras da dupla João Grilo e Chicó para se livrar das enrascadas que se mete.
A direção do espetáculo é de Luiz Eduardo Pires, que fez uma adaptação do texto para a rua. A montagem apresenta os 14 alunos que se formam na turma 2012 do curso de teatro noturno.

O ritmo de preparação do elenco, desde o começo do ano, incluiu técnicas circenses ministradas por Dan Bueno.
Por sua vez, o texto de Suassuna não poupa críticas sociais a uma religiosidade falsa, a exploração dos mais fracos, representada pelo sertanejo nordestino, em uma sociedade dominada pelos coronéis.
“A nossa montagem foge um pouco do tradicional. Não é uma comédia totalmente escrachada, mas o texto de Suassuna oferece críticas sociais e morais que, se formos ver ao pé da letra, é para sentar e chorar. Mas, o autor usa do recurso da comédia para falar tudo isso com mais leveza”, comenta o diretor da peça.

Contra o poder e a opressão que o auto questiona, o homem simples, que  somente tem uma arma: a astúcia representada em João Grilo e Chicó, que no enredo morrem e enfrentam o tribunal de Deus, tendo como acusador o diabo em pessoa, chifres e catinga.
Nessa hora só lhes resta um pedido: “Valha-me Nossa Senhora”, a intercessora que tentará com todos os argumentos possíveis, livrar os réus da pior condenação.

Pires afirma que na montagem da EMT, os personagens são menos caricatos, como ficaram conhecidos na versão do cinema.
“Em nosso trabalho com alunos da Escola Municipal de Teatro,eu resolvi tirar dos personagens as características do estereótipo do nordestino. Quebramos isso tanto no bispo, como no sacristão e no próprio sertanejo”, comenta o diretor. A montagem tem patrocínio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic). Realização Funcart.

Ficha técnica:
Direção: Luiz Eduardo Pires
Figurino: Ana Carolina Ribeiro
Preparação de técnicas circenses: Dan Bueno
Texto: Ariano Suassuna
Coordenação EMT: Silvio Ribeiro
Elenco:
Ana Cláudia Marinho
Bárbara Carvalho
Bárbara Guizelini Koahatsu
Carolina Hitel
Gildenilson Albuquerque
Jeniffer Beadovox Viana
José Henrique
José Motta
Julia Mansur
Karoleen Prudente
Marilsa Miranda
Rafael Batilani
Rodolfo Marques
Scarlet da Silva

Serviço: peça O Auto da Compadecida
Quando: 22, 23, 29 e 30 sábado e domingo
Horário: 17 horas
Onde: Pátio da Funcart
Ingressos: gratuito 



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